"LUA CHEIA"
Descem os lobos à aldeia
Em noite de lua cheia, uivam ferozmente
Fecham-se as portas, as janelas das casas
Com medo da alcateia, quando na verdade
Fechamos as portas à vida
Às gentes que nos pedem ajuda
Somos egoístas, maus de carácter
Temos medo de tudo e de todos e não é dos lobos
Sente-se o cheiro da lenha a arder
Das lareiras cheias de gente ou vazias do nada
Se tiver de morrer, morro de pé
E não subjugada a mentes hipócritas
Falsas com o coração de pedra
Pessoas que fazem as coisas
Ou dão com segundas intenções
Maldosas e muitas vezes ignorantes
De si próprias, que gostam de humilhar
E escravizar os outros
Descem os lobos da serra à aldeia
De noite, à chuva , ao vento
Ficam as marcas na neve, como punhais
Que deixam feridas no peito e na alma.
Isabel Morais Ribeiro Fonseca
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