domingo, 29 de setembro de 2013

Baú de memórias 8



Hoje a minha avó e a minha mãe
Vão cozer o pão e eu vou ver
A minha avó fazia um pão de centeio
Que era de chorar por mais, era tão macio e suculento
Ainda hoje me lembro do seu sabor
Fazia uns bolinhos de azeite
Que me deixavam com água na boca
Eram tão bons........os económicos
Lá está o meu avô
Sentado à porta da taberna
Chamou-me para me dar os rebuçados
Eram uns rebuçados tão pequeninos
Que chamávamos-lhe "mata-ratos"
O meu avó era um homem muito respeitado
E muito duro, como todos os homens do campo
Tinha uma perna ferida, a roda de uma carroça
Tinha-lhe passado por cima da perna, nunca mais ficou boa
Foi com ele que eu aprendi a gostar de presunto, de queijo
Era com ele que eu andava de cavalo, a regar a horta, apanhar castanhas
Pareço que ainda o estou a ouvir,
"Anda cá rapariga, senta-te e come."
Era um homem justo, duro, como a vida no campo.!

Isabel Morais Ribeiro Fonseca.




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