Arte de assombro na pena perdida
Palavras de afeição 
no sentimento das letras
Vomita escárnio negro
engole o orgulho
Espanto sem desgosto
prostra-se a alma de joelhos
Nas palavras já sentidas 
que esmiúçam as vestes negras
Vazias de lágrimas
deixadas no lençol branco de linho
Embriagadas de ternura 
nos desejos que atormentam o leito
Bendiz com piedosas mentiras
que falam do nosso vinho
De espasmos entre as preces
sonhos que vagueiam por labirintos
Entre os achados, perdidos 
nos dias escuros que dão o nó no mar
Arte de palavras afeição nas letras
escritas que vomitam escárnio
Coração estremece vestido de letras
no forte chamamento eu sinto.