domingo, 21 de junho de 2020

🌹SEARAS DE MAR PERDIDAS🌺


SEARAS DE MAR PERDIDAS

Falta-me o fôlego já foge-me a luz
Nas searas de bilros que deixam sangue
Estremece-me o corpo de bordar sentir
Rendas brancas da sombra do medo

Olho para lá do labirinto dos espíritos 
Cemitério de tantos livros esquecidos 
Regaço de negras flores, perdidas em mim
Cesta de verga velha num canto lá de casa

Anjo da alma esquecido entre o inferno
Primata no corpo, reverso em faísca ténue 
Voz do silêncio, mendigo de tantos caminhos
Brinco no mar de abraços, onde tu descansas

Isabel Morais Ribeiro Fonseca


Lareira do apeadeiro ou estação de comboio da Aldeia Salselas-Trás-os-Montes

quinta-feira, 18 de junho de 2020

ACORDA-ME À NOITE"╰⊱♥⊱╮🌹


“ACORDA-ME À NOITE

Acorda-me à noite com desejo
E verga o meu sono com raiva
Que a lubricidade dorme em mim

Tenho ânsia, parir este amor em ti
Amar-te enquanto sangram as rosas
Beijar-te em concupiscência de nós

Êxtase dos nossos corpos esculpidos
Lascívia, camélias, rosas, orquídeas
Embriaguez prometida, êxtase poético”

―Isabel Morais Ribeiro Fonseca




terça-feira, 16 de junho de 2020

👒___DANCEI NUM POEMA___🌻


DANCEI NUM POEMA

Dancei num poema de lâminas afiadas
Enquanto a minha alma voava de mim
Nas palavras que a carne exercia
De aguçadas feridas

Memórias solitárias de fundas raízes
Feroz transparência da própria carne
O inferno rebenta contra os rochedos
Mar impiedoso onde sustenta o abismo

Enterra a memória de todos caminhos
Alma de lâminas, saradas feridas
Dancei num poema, sentido feroz
Vidas vividas de perpétuas saudades

Dancei num poema de bravos costumes
De florida piedade, pó na alvorada 
Fôlego em silêncio, súplicas de fogo
Sangue num corpo morto de afiada poesia 


Isabel Morais Ribeiro Fonseca



quarta-feira, 10 de junho de 2020

🌹CHUVA DE ANJOS ♥


CHUVA DE ANJOS

Chuva de anjos num jardim perfumado
Pérolas de orvalho num belo galho

Gotas de lágrimas que caem no chão
Brinca a alma de palavras soltas

Pintei a parede de estrelas passou o vento
Levou-me com ele deixou-me livre

Senti-me como um árvore despida
De folhas, de frutos, de flores

Inverno gelado na mente, no corpo
Ventos frios alcançam o coração
Lágrimas de dor, orvalho de cor.!


Isabel Morais Ribeiro Fonseca

sábado, 6 de junho de 2020

🌺ARDÓSIA EM POESIA 🌺


ARDÓSIA EM POESIA

Era a revolta das palavras na ardósia
De negras expressões, oração sentida 
No perfume de tantos sonhos floridos
Vividos na mocidade agora esquecidos

Que deixavam saudades na flores das letras
Pois sem poesia é difícil resistir ao inferno
A tantos holocaustos que vivem dentro da alma
A arte salva o coração dentro da mente do poeta

Poema pobre em silêncio nas paisagens à janela
Será a revolta das palavras escritas na preta ardósia
Ninguém já declama poemas, vivemos sem respirar 
Entre o vazio perante um crepúsculo de encantar


Isabel Morais Ribeiro Fonseca