FAZ-SE SILÊNCIO
Quando a calma faz silêncio
Quero morder as palavras
Rasgar entre os dentes a carne
A pele, os ossos até ao tutano
Do poema adentro da iris
Quero mascar o verbo
De todas as letras escritas
No âmago de todas as coisas
Sombra na aparente inércia
Dos mundos submersos
Em que só no silêncio
A poesia penetra ferozmente
Para que o meu olhar
Se perca no nada
Isabel Morais Ribeiro Fonseca